terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Ensina a Criança



 I - Ensinar o filho a construir sua própria identidade.
 II - Ensina a criança que ela é digna de ser amada.
 III - Ensina a criança a ter limite
 IV - Ensina a criança a falar a verdade.
 V - Ensina a criança o respeito pelo exemplo
 VII - Ensina seu filho a ser obediente. 
Ensina a criança o caminho em que deve andar, e até envelhecer jamais se afastará dele. (Provérbios 22:6)


Introdução:
Educar filhos é tarefa complexa: cada nova etapa do desenvolvimento da criança é um desafio à criatividade. A arte de educar consiste, sobretudo, na possibilidade de os pais crescerem junto com cada filho, respeitando e acompanhando a trajetória que vai da dependência total do bebê para a crescente autonomia e independência do filho quase adulto.

I - Ensinar o filho a construir sua própria identidade.
Nós pais, somos um espelho psicológico que nossos filhos usam para construir sua própria identidade.
Toda criança nasce sem um senso do “eu”, todas têm que aprender a serem humanas. Esta necessidade foi constatada no menino criado por lobos:



Há já algum tempo, uma expedição encontrou na Selva, não me lembro onde, um menino que fora deixado ali ainda bebê e foi criado por lobos. A criança não andava ereta, corria utilizando as mãos como as patas dos lobos. Não possuía uma linguagem, apenas grunhia, rosnava e uivava. Não havia nele a menor consciência de quem era, ou o que era. E não tinha a menor necessidade de outro ser humano, pois seu mundo, seu habitat era restrito à floresta e seu grupo social era a alcatéia de lobos. Ele também não possuía uma identidade e era humano apenas na aparência. Este menino foi levado para um hospital e ali lhe ensinaram a ser humano através da fala com a utilização da linguagem, do comportamento, da socialização, dos hábitos de higiene e da postura.



Durante a gestação o bebê é uno com a mãe. Ele não sabe onde acaba e onde começa o mundo. Não sabe que é uma pessoa. Muito antes de compreender as palavras, a criança registra impressões generalizadas sobre si mesma e o mundo, com base na maneira como é tratada.


• Ela sente se é posta no colo com carinho, ou sacudida como um saco de batatas;
• Se os braços que a envolvem são aconchegantes, ou se são apenas um apoio;
• Se sua fome é respeitada ou ignorada.
 A maneira carinhosa e afetiva que proporcionamos à criança é que criará a base para uma auto-estima saudável, isto é, uma visão positiva dela mesma. Essa receptividade é construída pelo tipo de:



• atenção
• sorrisos
• carinhos
• brincadeiras
• conversa



Tudo aquilo que oferecemos à criança, através dos contatos que temos com ela, a acompanharão pela vida toda. É através destes contatos, que a criança começará a formar sua concepção do que significa ser amada. Se ela tem uma mãe afetuosa, amorosa, ela trará para a vida adulta, esta concepção de amor. No entanto, se a mãe for uma pessoa fria, distante, mas cumpridora de seus deveres, a criança entenderá então que amor é serviço. Se os pais forem violentos e agressivos, a criança entenderá que quando não estiver satisfeita com alguma coisa, este é o padrão que deverá ser usado: violência, agressividade e berros. Os pais são os espelhos onde o filho se mira e vê refletida a sua própria imagem.



II - Ensina a criança que ela é digna de ser amada.



Esta é a base da saúde emocional: sentir-se amada e digna. Existe uma enorme diferença entre a criança sentir-se amada e ser amada. A criança vai sentir-se amada à medida que os pais sejam capazes de comunicar o seu amor de uma forma não apenas verbalizada, mas através de atitudes de amor e afeto.



Faz-se importante ter uma atenção focalizada ao tratar-se com a criança, isto significa estar presente. O distanciamento faz com que a criança sinta-se “não amada”. Quantas vezes nós nos concentramos tanto em fazer coisas para os nossos filhos, e nos esquecemos de concentrarmo-nos neles como pessoa.



Corremos tanto para preparar as sobremesas, costurar as roupas, ganhar dinheiro para a educação e o bem estar deles e nos esquecemos deles como pessoas que são. “Nós podemos perder de vista a maravilha que é o nosso filho se nos preocuparmos com atividades com o passado ou com o futuro, em lugar de preocuparmo-nos coma particularidade dele no aqui agora”. Seu filho tem que sentir que ele é mais importante do que as coisas.



“Podemos dizer a uma criança muitas vezes, que a amamos, mas é a maneira pela qual convivemos com ela dia após dia que prova esse amor”.
Isto me faz lembrar aquela história do pai, que toda vez que batia no menino dizia: “ -Filho, papai está te batendo porque te ama”. Até que um dia o filho disse: “-Pai, por favor, não me ame tanto!”. O sentimento da criança sobre ser ou não ser amada vai afetar a maneira pela qual ela irá se desenvolver.



Como diz Cecil Osborne: “Uma dieta contínua de críticas, que a criança percebe como ataque, vai corroer sua auto-estima e aleijá-la emocionalmente. Repreensões contínuas e críticas por parte dos pais, podem gerar comportamento destrutivo na criança: -” Se não posso ter o amor deles, vou atrair a atenção sendo má.”



III - Ensina a criança a ter limite
Crie as leis a serem usadas e os castigos a serem aplicados se a lei for quebrada.
Ex: As roupas sujas deverão ser colocadas dentro do cesto para serem lavadas. Se não estiverem na cesta, não serão lavadas... Ordem no quarto... Ajudar no serviço de casa... Horário para estudo, tipos de lazer, ensinar o que é certo e o que é errado.



“Seja o vosso falar “sim sim, não não”.Quando der um não, tenha a certeza absoluta de que este não é irreversível. Não o mude se a criança chorar ou ficar argumentando..



Como exercer a disciplina? Você decide! Surra ou castigo? A surra é uma educação imediata o castigo ensina para o futuro.



• Se você bate, ele vai obedecer apenas quando você estiver por perto. E vai aprender que quando não fazem o que ele quer, deve bater. Bate no coleguinha e no irmãozinho
• Se você ensina, ele aprende e aplica no futuro. Todo o castigo deve ser anunciado com antecedência. E o castigo não deve ser apenas punitivo, mas didático. Ex: Você determina que quando ele acabar de brincar com seus brinquedos, deve guardá-los. Pois se não o fizer, poderá ficar sem eles. Em caso de desobediência, os brinquedos serão guardados por um tempo. Assim ele aprende que quando não guardamos nossas coisas no lugar, elas poderão sumir. Ensinar demanda tempo, tempo usado para estar junto, para elogiar, para motivar, para entender as reações da criança.



IV - Ensina a criança a falar a verdade.
Sabe como a criança aprende a mentir? Desde tenra idade e quem ensina isto a ela somos nós, sabe como? Quando a criança quebra alguma coisa ou faz alguma arte, a mãe pergunta: “-Quem fez isto? A criança se apresenta e diz com aquele ar angelical que só as crianças possuem: “ -Fui eu.” A mãe retruca: -“Então vem aqui para apanhar. Pronto, ensinamos aos nossos filhos que se falarem a verdade apanham. Da próxima vez ele mentirá para escapar.



V - Ensina a criança o respeito pelo exemplo
Nossos filhos vão refletir as atitudes que temos com eles pelo resto da vida:



• Se gritarmos, eles gritam;
• Se xingarmos, eles xingam;
• Se batermos, eles ficam agressivos;
• Se orarmos com eles, aprendem a orar;
•Se lermos a Bíblia junto com eles, aprenderão a crer e gostar da Palavra de Deus.



VII - Ensina seu filho a ser obediente.
Se ensinarmos nossos filhos a serem obedientes de uma forma amorosa, então eles conseguirão entender o amor de Deus e serão obedientes a Ele. Saibam que a criança pequena não tem noção do que é abstrato, só entende o concreto. Desta forma, se eu lhe mostro um óculos, ela entende e repete: -“Óculos”. Assim será com tudo que eu falar e ela puder visualizar, ou tocar. Aí eu falo Deus!.. Ela ficará procurando um referencial para entender o que é Deus. Então eu falo: “Papai do céu.” Pronto, eu lhe dei o referencial Toda vez que ela olhar para os pais, ela estará formando a imagem de Deus. Sou um pai amoroso, ela crerá em um Deus amoroso. Sou um pai perdoador? Ela crerá num Deus perdoador. Sou um pai distante, ela visualizará um Deus distante que não se preocupa com ela. É, amados, nós somos a imagem de Deus para os nossos filhos... Quanta responsabilidade!



Antes de disciplinar, crie regras alcançáveis por eles. Nunca exija de seu filho acima daquilo que ele pode dar.



Que o Senhor nos ajude e nos dê sabedoria para podermos ensinar os nossos filhos a andarem em crescerem de forma saudável, para serem pessoas dignas e estruturadas emocionalmente. Saibam, que Tiago diz, que quem quiser sabedoria, peça-a a Deus que a dá com liberalidade. Realmente, somente com a sabedoria de Deus é que poderemos ser pais e mães segundo a sua vontade.
“E agora uma palavra a vocês pais. Não vivam repreendendo e irritando seus filhos, deixando-os irados e rancorosos. Antes eduquem-nos com a disciplina amorosa que o próprio Senhor aprova, com recomendações e conselhos piedosos”.Efésios 6:4. Bíblia Viva.



Suely Barreto Litwinczuk, psicóloga, esposa  e mãe de pastor. Membro da Comunidade Batista do Rio

1 comentários:

Regina Andrade disse...

"Somos a imagem de Deus para nossos filhos..."
Realmente quanta responsabilidade, mas não estamos nisso sozinhos, Deus quer estar conosco em cada momento da educação de nossos filhos.
Dessa forma, devemos orar sempre, em todo o tempo, buscando em Deus a sabedoria necessária para agirmos em todas as circunstâncias, pois nesse processo de ensino muitas vezes nos vemos em situações que não temos a mínima idéia de como agir, do que dizer,... Sozinhos, as possibilidades de errarmos com nossos filhos são enormes, mas com Cristo podemos declarar a VITÓRIA!!!

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